O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, afirmou que o Brasil termina 2025 com menor segurança jurídica do que no início do ano. A avaliação foi feita durante a apresentação das projeções econômicas da CNI, que prevê crescimento de 2,5% do PIB, mas com desaceleração causada pelos juros elevados e pelo ambiente institucional instável.
Segundo Alban, o país vive uma contradição política que afeta diretamente a previsibilidade das decisões. Ele aponta um “presidencialismo com práticas de parlamentarismo” e pouca convergência entre os Poderes, cenário que fragiliza a confiança e afasta investimentos estrangeiros.
“Até o passado é incerto. A jurisprudência precisa ser respeitada”, afirmou, ressaltando que revisões constantes de entendimentos judiciais e legislativos ampliam o chamado custo Brasil.
O dirigente também demonstrou preocupação com o ano eleitoral. Para ele, medidas de apelo popular,como a possível extinção da chamada “taxa das blusinhas”, que poderia intensificar importações,colocam em risco a indústria de bens de consumo.
“Isso seria um golpe mortal para um setor que já enfrenta dificuldades”, avaliou.
Alban criticou ainda o avanço de propostas como o fim da jornada 6×1. Em sua visão, a discussão ignora o baixo nível de produtividade do país e os desafios fiscais.
“Como reduzir jornada num país que precisa aumentar produtividade e enfrenta déficit fiscal? Não temos condições para esse debate nos moldes propostos”, concluiu.

