O Pré-Caju nunca foi apenas festa. Entre trios, camarotes e multidões, ele sempre funcionou como um dos primeiros termômetros políticos do ano, um espaço onde os sinais importam, as presenças falam e as ausências falam ainda mais.
Em eventos do tamanho do Pré-Caju, onde todos os escalões da política divide a mesma avenida que o povo, os sinais ficam mais nítidos do que em qualquer plenário. Aliados verdadeiros costumam circular juntos, dividir camarotes, aparecer lado a lado em registros públicos e conversar ao pé do ouvido em meio ao som dos trios. A sintonia aparece nas agendas combinadas, nos mesmos pontos de desfile e principalmente na forma como eles são recebidos pelos foliões.
Já grupos rachados deixam escapar tudo à vista de quem sabe observar: lideranças que evitam dividir camarote, figuras que passam pelo corredor de camarotes sem cumprimentar quem era aliado até mês passado, visitas discretas a áreas isoladas, e, principalmente, silêncios que falam mais alto do que qualquer discurso.
No Pré-Caju, cada aparição vira um movimento político. A proximidade com determinado bloco, a escolha de um espaço em vez de outro, a foto que não ocorreu, o aperto de mão que foi evitado… tudo isso compõe uma leitura que só a avenida entrega. É ali que se percebe quem está crescendo, quem anda isolado, quem busca refazer pontes e quem já inicia a campanha de 2026 de forma informal.
Historicamente, grandes rearranjos políticos em Sergipe começaram no Pré-Caju: alianças reforçadas em encontros rápidos, conversas iniciais de bastidores que meses depois viraram chapa, e até rompimentos que nasceram em pequenos gestos ignorados no calor da festa. O evento funciona como um espelho ampliado da política local, sem filtro, sem roteiro (nem sempre) e com a espontaneidade que apenas a rua permite.
E a Realce está com seus jornalistas atentos distante os dias de festa, para, na segunda-feira, 17, trazer os detalhes para você, caro leitor. Fiquem atentos aos nossos canais.


